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sábado, 22 de abril de 2017

SAUDADES DO TRENZINHO DE PASSAGEIROS DE ANDRELÂNDIA

Andrelândia era mais alegre quando o trenzinho de passageiros, que ligava Lavras a Barra Mansa, passava pela cidade e constituia um dos principais meios de transporte da população.


A estação na década de 1980


Nos feriados e finais de semana, a chegada e a partida de amigos e familiares faziam da estação um dos lugares mais movimentados da cidade. 

A plataforma era um palco de encontros e despedidas...

Era a vida desse meu lugar.

Locomotiva elétrica


A chegada do trenzinho



A chegada do trenzinho

Desembarque

Partida

Partida

Maquinistas, telegrafistas, eletricistas, guarda-chaves, manobristas e agentes de estação eram algumas das profissões  que ainda existiam na cidade.  







Antigos bilhetes - passagens


Quadro de horários - 1978



A estação na década de 1990


Vicente Aredes, José Guilherme, Nilo Barquete (Baiano) e Nilsinho são alguns nomes de ferroviários dos quais me lembro, com saudade.




Nilo Barquete, o Baiano, agente da estação ferroviária. 
Personagem inesquecível da história da ferrovia em Andrelândia

Em 1996 a cidade ficou mais triste.

A última viagem

Em 26 de agosto partiu o último trenzinho de passageiros...


A linha férrea foi entregue à Ferrovia Centro Atlântica (atual VLI), do grupo Vale do Rio Doce.  Agora, somente transporte de cargas. Somente preocupação com os dólares. 

Acabou o encanto das chegadas e partidas...

O apito das máquinas não tem mais o doce tom do sentimento de antigamente.

Hoje, a estação movimentada, o trenzinho azul e os muitos passageiros e suas bagagens moram apenas na lembrança de quem teve a ventura de viver aqueles tempos, ou nas fotos e vídeos, como os que disponibilizamos neste blog.

Enfim:

Segura teu filho no colo
Sorria e abrace teus pais
Enquanto estão aqui
Que a vida é trem-bala, parceiro
E a gente é só passageiro prestes a partir


 Para relembrar os bons tempos















quarta-feira, 12 de abril de 2017

PAISAGENS ANDRELANDENSES NA VISÃO DOS ARTISTAS

Se apenas houvesse uma única verdade, não poderiam pintar-se 
cem telas sobre o mesmo tema.
Pablo Picasso


Ao longo dos anos, muitos artistas transpuseram para o papel, para azulejos, para o metal ou para telas -  por meio de pinturas ou desenhos -  prédios, pessoas e paisagens de Andrelândia.

São percepções artísticas de grande qualidade, que guardam visadas importantes da querida Terra de André, tornando-a mais especial para todos nós.

Abaixo, algumas dessas obras de épocas distintas e que brotaram de várias mãos, mas todas devotas de um mesmo amor: Andrelândia.

Se as Minas são Gerais,  Andrelândia são múltiplas

Na sensibilidade do coração de cada artista reside uma razão para essa afirmativa.


Abaixo, um verdadeiro relicário  de nossa terra !


Conheça e preserve a memória de Andrelândia e valorize os seus artistas.



Antigo Prédio da Câmara e Cadeia - Rosinda Azevedo ©



Brasão do Centenário da Cidade  - Rosinda Azevedo ©

Antiga fachada da Igreja Matriz - Rosinda Azevedo ©


Vista do casario da Avenida Nossa Senhora do Porto
José Marcos Alves Salgado ©



 Vista do casario da Avenida Nossa Senhora do Porto  e do Bairro Rosário
José Marcos Alves Salgado ©


 Vista do casario da Avenida Nossa Senhora do Porto  em 1930
José Marcos Alves Salgado e Cláudio Alves Salgado ©


Sobrado das Laranjeiras  e entorno - Amir Azevedo ©

 Sobrado do Barão do Cabo Verde  e entorno - Amir Azevedo ©

Sobrado dos Pinheiros - Amir Azevedo ©

Vista parcial da Cidade em 1950  - Amir Azevedo ©



Vista lateral da Igreja Matriz e Sobrado do Barão do Cabo Verde
Eliete Sério Alves Leite ©

Casario da Avenida Nossa Senhora do Porto
Eliete Sério Alves Leite ©


Igreja do Rosário
José Marcos Alves Salgado ©


Vista colonial da Igreja do Rosário
Nilceu Oliveira - Chocolate ©


Estação Ferroviária
Nilceu Oliveira - Chocolate ©

Igreja do Rosário
Nilceu Oliveira - Chocolate ©


Igreja do Rosário
Nilceu Oliveira - Chocolate ©




Praça da Matriz
Tom Maia ©

Sobrado do Largo da Matriz
Tom Maia ©

Igreja do Rosário
Tom Maia ©

Casa da Família Mafra
Diva Gomes de Souza ©




Casa do Visconde de Arantes
Consuelo Andrade Catão Alves ©



Casa do Sr. Tonico
Eliete Sério Alves Leite ©



Estrada para a Serra dos Dois Irmãos - Walter Kessler ©



Serra do Turvo
Eliete Sério Alves Leite ©


Praça Belfort de Carvalho
Eliete Sério Alves Leite ©


Tropa na Serra dos Dois Irmãos
Nilceu Oliveira - Chocolate ©

Fundos da Igreja Matriz
Eliete Sério Alves Leite ©


Igreja do Rosário
Eliete Sério Alves Leite ©



Observação: a reprodução das obras somente é possível com autorização dos seus autores ou proprietários




sábado, 8 de abril de 2017

ANDRELÂNDIA TEM O BAR MAIS ANTIGO DO BRASIL


Os botecos sempre estiveram presentes na história de Minas Gerais e do Brasil. Atualmente é muito “chique” conhecer e tomar umas nos botecos mais antigos do país, que estão em funcionamento há mais de um século.


No Rio de Janeiro, por exemplo,  o Bar do Luiz, situado na Rua da Carioca, no centro da cidade, abriu suas portas em janeiro de 1887, quando o Brasil ainda era Império e estava sob as ordens de Dom Pedro II. 


Em Belo Horizonte, o Bar do Orlando, no Santa Tereza, aberto em 1919, é considerado o mais antigo da capital mineira em funcionamento.

Qualquer busca na internet vai apontar esses bares entre os mais antigos em funcionamento no país.

Mas vamos começar a mudar essa história, resgatando a verdade sobre os fatos.

O bar mais antigo em funcionamento no país está em Andrelândia, situado bem ao lado da Igreja Matriz.


Dito Nable, com o prédio do bar mais antigo do Brasil ao fundo

Apesar de descaracterizado por supressões e algumas reformas  mais recentes (demolição da porção direita do casarão, substituição das telhas coloniais por francesas, colocação de placas comerciais etc.) o prédio do antigo Bar do Dito Nable é, ao que tudo indica, o mais antigo exemplar da arquitetura colonial ainda existente no centro de Andrelândia e sempre funcionou com essa "vocação etílica".

         O boteco é da época do Arraial do Turvo, da Vila Bela do Turvo, da Cidade do Turvo e continuou sendo de Andrelândia, quando a cidade recebeu tal nome em 1930.

        Ou seja, boteco antigórico. Do tempo da zagaia ou da arca da velha... 

       Verdadeira Reserva Alcoólogica da cidade. 



Dito Nable servindo uma "marvada", na década de 1980

Seu estilo arquitetônico (casa térrea com portas em arcos abatidos) típico do séc. XVIII, sua posição privilegiada ao lado da Matriz e o desgaste acentuado das soleiras de pedra da sua parte comercial denunciam a antiguidade do imóvel,  onde muita cachaça já foi servida e consumida...

Um estudo geológico a respeito do desgaste das soleiras de gnaisse das portas de entrada desse boteco certamente renderá publicação internacional a respeito do abrasamento lítico decorrente do consumo etílico (embrasamento), com possibilidade de sair na Nature.


Henrique de Andrade Alves, antigo proprietário do bar

As gerações mais antigas da cidade são unânimes em afirmar que no local sempre existiu um bar em funcionamento e os documentos históricos confirmam exatamente isso.



Não sabemos quem foram os antigos donos do boteco no século XVIII (época em que Tiradentes tomava umas cangibrinas para as bandas de Lima Duarte), mas no século XIX (época de Pedro I, Pedro II e quando a escravidão ainda existia), temos provas documentais de que ali funcionou a casa comercial e o bar de propriedade do Sr. Henrique Andrade Alves, pelo menos desde 1882, o que basta para a comprovação da antiguidade  do boteco, onde muitos andrelandenses ilustres já "tiraram o zinabre da serpentina".


Foto do bar, com as portas abertas, em novembro de 1911




André da Silveira e Visconde de Arantes (provavelmente), Roberto Sapateiro, Marquinho do Bento e Baianinho (comprovadamente), estão entre as figuras históricas que frequentaram o conceituado estabelecimento.

       Em 1946 o prédio foi comprado por André Nable, Benedito Nable e Maria Nable, figuras que muito contribuíram para o comércio local, todos filhos do mascate Miguel Nable, natural do Líbano.
  Vista do boteco com as portas abertas na década de 1960

          O Bar do Dito Nable, como passou a ser conhecido, era ponto estratégico para o “aquecimento” antes, durante ou após cerimônias na Igreja Matriz, tais como batizados, casamentos e encomendação de defuntos.

           Conta-se que muitos caixões para ali pendiam, por misteriosa força, quando o cortejo fúnebre tomava o rumo do cemitério da cidade, o que passou a ser entendido, com benevolência pelos participantes da condução do esquife, como justificada vontade do finado tomar a saideira, o que é perfeitamente compreensível.


Amigos fazendo o aquecimento

Turma de amigos tomando uma "Na porta lateral"

O boteco era também ponto de encontro  durante as celebrações de Corpus Christi, Semana Santa, festividades de carnaval etc.







Trabalho na confecção dos tapetes de Corpus Christi, tendo como "ponto de apoio" o bar mais antigo do país.


Desde o ano de 2007 o bar, de propriedade de Adriano Nogueira Nable,  está alugado para o português, natural da Ilha da Madeira, Manoel Pestana, responsável pelo Bar “Os Cariocas”.

      Você já tomou uma no bar mais antigo do Brasil em funcionamento ?

        Não deixe de fazer parte da história de Andrelândia e do Brasil, mas beba com moderação.

Se quiser saber mais detalhes sobre o assunto, conheça o livro abaixo.