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sábado, 27 de maio de 2017

BENS CULTURAIS DESTRUÍDOS EM ANDRELÂNDIA

Nos dias de hoje Andrelândia ainda possui um significativo acervo de bens culturais de valor histórico e arquitetônico, como os sobrados (dos Pinheiros, das Laranjeiras e da Paraíba - que pertenceram respectivamente a Gabriel Ribeiro Salgado, Bonifácio Antônio de Azevedo e ao Barão do Cabo Verde), as casas do Major José Bernardino, da Dona Odete, da Bahia, do Visconde de Arantes, entre outras, e as Igrejas Matriz (do século XVIII) e do Rosário (do século XIX).

A cidade é muito bem vista por visitantes e turistas em razão desses atrativos que a tornam singular. É a cidade mais bonita  e charmosa da região, segundo a opinião de muitos.

Entretanto, ao longo dos anos muitas edificações de extremo relevo para a história de Andrelândia foram demolidas, gerando uma perda inestimável ao patrimônio cultural local.

A cidade poderia ser mais bonita e historicamente importante se esses fatos não tivessem ocorrido.

Felizmente, hoje a cultura mudou e a preocupação preservacionista está mais presente entre os filhos e amigos da Terra de André, que se orgulham do seu patrimônio cultural.

Abaixo, algumas das edificações que, infelizmente, perdemos para sempre.

É um alerta para que fatos como esses não se repitam em nossa história.


Casa do Coronel Tobias de Paula Campos

 Casa do Coronel Joaquim Tibúrcio - Atual Hotel Mônica

Casa da Câmara e Cadeia

Casa da Câmara e Cadeia


Capela de São Benedito

Capela de São Benedito

Capela de São Benedito


Capela do Souza



Antigo Coreto

Sobrado do Barão do Cajuru - Atual Prefeitura e Clubinho


Para  saber mais sobre a história dos principais prédios históricos de Andrelândia, conheça o livro: Andrelândia - 3500 anos de história. 
Veja em:




domingo, 21 de maio de 2017

FESTA DE SANTO ANTÔNIO - PATRIMÔNIO CULTURAL DE ANDRELÂNDIA

No próximo dia 11 de junho ocorrerá mais uma edição da tradicional festa de Santo Antônio, cuja realização foi resgatada no ano de 2016, com a restauração e reabertura da Capela dedicada àquele milagroso Santo.

Construída na década de 1940,  a Capela é considerada como um dos principais templos católicos rurais de Andrelândia e é sucessora de uma história de devoção que remonta há mais de dois séculos.

Já no século XIX existem informações sobre a devoção a Santo Antônio nas proximidades da Serra do Turvo, onde havia uma fazenda com tal nome, de propriedade de Domingos Fernandes Morais.

Segundo a tradição oral, em uma caverna situada na Serra (possivelmente a atual Gruta dos Novatos, no interior do Parque Arqueológico), era cultuada uma imagem de Santo Antônio.

Em 1927 uma capela dedicada ao Santo foi erguida no cume da Serra e o local se transformou em ponto de peregrinações.

 Antiga Capela de Santo Antônio, no cume da Serra, construída em 1927

Entretanto, na década de 1940 um raio destruiu a Capela e os moradores das redondezas resolveram reconstruí-la no sopé da Serra, em terras doadas por um  fazendeiro. No seu entorno sempre foram realizadas festas em homenagem ao padroeiro até por volta de 2003, quando o templo entrou em processo de degradação e colapso.
A atual capela na década de 1940

A capela abandonada - 2011

Em janeiro de 2013 o Núcleo de Pesquisas Arqueológicas do Alto Rio Grande chamou a si a responsabilidade pelo resgate da Capelinha. 

Depois de dois anos de trabalhos, o templo foi restaurado e reinaugurado em junho de 2016, sendo viabilizado o retorno da tradição da Festa de Santo Antônio, verdadeiro patrimônio cultural imaterial de Andrelândia.

                                                    Obras de restauro da Capela

Obras de restauro da Capela

Altar da Capela restaurada


Reinauguração - 2016

Reinauguração - 2016


Imagem do Padroeiro



Vamos todos participar dessa festa e dar continuidade à tradição multicentenária da devoção a Santo Antônio na nossa querida Terra de André.


Viva Santo Antônio !


Para saber mais sobre a Serra de Santo Antônio, conheça o livro: 
Andrelândia - 3500 anos de história. Veja em:

 http://terradeandre.blogspot.com.br/2017/02/livro-andrelandia-3500-anos-de-historia.html




sábado, 13 de maio de 2017

ANVIMIN - UMA COMPANHIA TELEFÔNICA ANDRELANDENSE

Na década de 1950 Andrelândia estava sem conexão por via telefônica com outras cidades, o que trazia muitos incômodos à população, que tinha que recorrer a favores dos telegrafistas da Estação Ferroviária para contactar os familiares em casos envolvendo mortes e doenças, por exemplo.

Em 1957 o  Dr. José Fernando de Azevedo Rezende, com sua visão empreendedora e comprometida com o desenvolvimento de Andrelândia,  assumiu a liderança de um movimento que pretendia instalar novamente na cidade uma Companhia Telefônica.

Foi formada a Comissão Pró-Telefone liderada pelo Dr. José Fernando, que contou com o apoio incondicional dos andrelandenses Odilon Salgado, José Camilinha, Benedito Silva, Antônio Andrade Alves; dos vicencianos Roseny Silva, José Rezende e José Vilela e do minduriense Rossini Ferreira.

Depois de muito trabalho, inclusive com a importação dos postes de madeira de aroeira do sertão do Norte de Minas,   conseguiu-se a ligação telefônica de Andrelândia a Caxambú, com 93 km de extensão. 

O telefonema inaugural da Companhia se deu em 27 de setembro de 1958 e foi feito pelo Dr. José Fernando de Azevedo Resende ao então Governador do Estado Bias Fortes, que se encontrava no Palácio da Liberdade, o que foi motivo de muita alegria e entusiasmo para a população andrelandense.

Para administrar os serviços,  foi fundada em Andrelândia, com capital privado, a Telefônica ANVIMIN S/A com o objetivo de explorar os serviços telefônicos interurbanos, urbano e intermunicipal em nossa cidade, São Vicente de Minas e Minduri.  A sigla é resultado de ANdrelândia, São VIcente e MINduri.


Título de Ações da Companhia ANVIMIN S/A

O capital social da companhia era de Cr$ 3.017.400,00, dividido em ações ordinárias de Cr$ 200,00 cada uma.

Foram instalados centros telefônicos de 50 números cada em São Vicente e Minduri e um Posto Telefônico em Andrelândia, com capacidade para 100 linhas. 


Lista telefônica da ANVIMIN - Década de 1950


Inicialmente a central telefônica funcionou, de forma provisória, na casa do Sr. Armênio Leite.

Em 1962  a Cia. Telefonica ANVIMIN, representada por Odilon Salgado,  comprou do Município, por 50 mil cruzeiros, um lote de terreno situado na Rua Cônego Miguel (atual nº 27), onde foi construída a sua sede bem como uma pequena casa para a telefonista. 

Em 1963 era Superintendente da ANVIMIN José Lopes Gaspar e Diretor-Presidente o Sr. José Ribeiro Guimarães.


A ANVIMIN funcionou até o ano de 1977, quando foi sucedida pela TELEMIG.

Durante as duas décadas de funcionamento da lendária ANVIMIN trabalhou como telefonista em nossa cidade a senhora Iolete Moura Miranda, que era auxiliada pelos filhos Floripes, Maria Aparecida e Raimundo Miranda.

A ANVIMIN pode ser considerada como um dos projetos mais arrojados da iniciativa privada andrelandense ao longo dos seus séculos de história. 

Uma demonstração de união, destemor, fibra e humanidade em benefício dos interesses do povo da Terra de André.



Para saber mais sobre a saga da telefonia em Andrelândia, desde o início do século XX até os dias atuais, conheça o livro: Andrelândia - 3500 anos de história. Veja em:
 http://terradeandre.blogspot.com.br/2017/02/livro-andrelandia-3500-anos-de-historia.html

sábado, 6 de maio de 2017

FAMÍLIAS DE ORIGEM LIBANESA EM ANDRELÂNDIA

Andrelândia deve muito de sua história aos árabes que aqui chegaram no início do século XX, vindos sobretudo da cidade de Ras Baalbeck, Vale do Bekaa, no Líbano, nas proximidades da divisa com a Síria, que dinamizaram o comércio local e foram aos poucos se mesclando com  famílias da cidade.



Local do procedência das famílias libanesas que vieram para Andrelândia

Inicialmente comerciando como mascates, por meio de tropas que vinham carregadas de mercadorias do Rio de Janeiro, os "turcos", como eram chamados à época, em pouco tempo começaram a estabelecer suas lojas em Andrelândia, onde vendiam de tudo, principalmente tecidos, calçados, chapéus e brinquedos.

É dos meus tempos de criança a Loja do Zé Barquete, próxima à Igreja Matriz, onde na época de Natal era colocado um boneco do Papai Noel na porta. Lembro-me de tomar benção do bom velhinho e também de ganhar de presente alguns ioiôs  feitos de serragem e carrinhos de madeira. Bons tempos aqueles...

Abrahão, Antonio, Barquete, Ganan, Naback, Nable e Salomão estão entre os principais sobrenomes árabes da cidade.

A eles a nossa homenagem e o nosso agradecimento por tudo o que fizeram, fazem e farão pela Terra de André. 

Andrelândia é um caldo de culturas. Quibe, charuto e cafta fazem parte do nosso cardápio graças a esse generoso intercâmbio intercontinental.

Loja do Miguel Barquete - 1921




Joaquim Abrahão e esposa Marieta Nunes de Paula

Loja de Joaquim Abrahão - 1918



Casa de comércio da família Abrahão, muito bem conservada pelos descendentes do patriarca. Verdadeiro patrimônio histórico da cidade

Casa de comércio da família Ganan


O comerciante Abrahão Barquete, esposa e filhos



O patriarca José Salomão e família


Tradicional ônibus do Jorge Salomão, que fazia a linha Andrelândia-Belo Horizonte


Propaganda da Loja de Salim Nable

Jamila Murad Nable e Miguel Nable, patriarcas da família na cidade



Benedito Nable e seu comércio


Observação: A genealogia das famílias acima citadas, com procedência exata dos imigrantes árabes, seus cônjuges e descendentes, pode ser encontrada no livro: 
Andrelândia - 3500 anos de história.

Veja em:
 http://terradeandre.blogspot.com.br/2017/02/livro-andrelandia-3500-anos-de-historia.html