Andrelândia deve muito de sua história aos árabes que aqui chegaram no início do século XX, vindos sobretudo da cidade de Ras Baalbeck, Vale do Bekaa, no Líbano, nas proximidades da divisa com a Síria, que dinamizaram o comércio local e foram aos poucos se mesclando com famílias da cidade.
Local do procedência das famílias libanesas que vieram para Andrelândia
Inicialmente comerciando como mascates, por meio de tropas que vinham carregadas de mercadorias do Rio de Janeiro, os "turcos", como eram chamados à época, em pouco tempo começaram a estabelecer suas lojas em Andrelândia, onde vendiam de tudo, principalmente tecidos, calçados, chapéus e brinquedos.
É dos meus tempos de criança a Loja do Zé Barquete, próxima à Igreja Matriz, onde na época de Natal era colocado um boneco do Papai Noel na porta. Lembro-me de tomar benção do bom velhinho e também de ganhar de presente alguns ioiôs feitos de serragem e carrinhos de madeira. Bons tempos aqueles...
Abrahão, Antonio, Barquete, Ganan, Naback, Nable e Salomão estão entre os principais sobrenomes árabes da cidade.
A eles a nossa homenagem e o nosso agradecimento por tudo o que fizeram, fazem e farão pela Terra de André.
Andrelândia é um caldo de culturas. Quibe, charuto e cafta fazem parte do nosso cardápio graças a esse generoso intercâmbio intercontinental.
Loja do Miguel Barquete - 1921
Joaquim Abrahão e esposa Marieta Nunes de Paula
Loja de Joaquim Abrahão - 1918
Casa de comércio da família Abrahão, muito bem conservada pelos descendentes do patriarca. Verdadeiro patrimônio histórico da cidade
Casa de comércio da família Ganan
O comerciante Abrahão Barquete, esposa e filhos
O patriarca José Salomão e família
Tradicional ônibus do Jorge Salomão, que fazia a linha Andrelândia-Belo Horizonte
Propaganda da Loja de Salim Nable
Jamila Murad Nable e Miguel Nable, patriarcas da família na cidade
Benedito Nable e seu comércio
Observação: A genealogia das famílias acima citadas, com procedência exata dos imigrantes árabes, seus cônjuges e descendentes, pode ser encontrada no livro:
Andrelândia - 3500 anos de história.
Veja em:
http://terradeandre.blogspot.com.br/2017/02/livro-andrelandia-3500-anos-de-historia.html
Ainda criança, vi a loja do meu vô Miguel (já bem idoso) virar uma espécie de armarinho.
ResponderExcluirComo sempre ia para Andrelândia no carnaval, a loja do Tio Zé Barquette estava sempre enfeitada com serpentina e confete. E por falar em confete, me lembro de um boi feito com armação de madeira e coberto com um pano. Ali dentro, ficavam duas pessoas (meus primos Evandro e Zé Maria). O boi soltava confete pela "tisa" - só os "turcos" entenderão (kkkkkkk)
Muito legal, sou e família GANAN e também sou comerciante.
ResponderExcluirEssa foto do Sr.Dito NAble me lembro dela, eu vivia no bar dele.
Que legal.
Parabéns! !!!
Parabéns pela reportagem. Tinha visto mas não aqui.
ResponderExcluirParabéns , a história e nossos antepassados e linda!
ResponderExcluirGostei de saber um pouco sobre meus avós, Joaquim Abrahão e Marieta Nunes de Paula. Parabéns, pelo trabalho!
ResponderExcluirTenho um carinho especial por Andrelândia, terra de minha mãe, Eni Abrahão.
ResponderExcluirMinha mãe se chamava Maria Helena Abrahão
ExcluirMinha infância e adolescência foi vendo a Vó Chafia Naback sentada no degrau de sua casa fazendo crochet e e claro sua melhor amiga e vizinha sentada ao lado Nao posso deixar de falar da loja de tecidos do tio Salim.
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