Quem curtiu Carnaval em Andrelândia entre os anos de 1985
e 2000, certamente bebeu ou ouviu falar de uma bebida de teor alcoólico bombástico
que era vendida no Bar do Dito Nable.
Em razão do alto poder inebriante, a “poção”,
que era servida em copos plásticos de 500 ml, acompanhada de um “picolé de gelo”,
recebeu a apropriada designação de “Bomba” ©.
Adriano Nogueira Nable - criador da Bomba
Tudo
começou com a necessidade de se servir uma bebida de baixo custo e capaz de “colocar
em forma”, em tempo relativamente curto, os integrantes da banda do “Bloco da
Cebola”, que se reuniam no bar para realização do “aquecimento” antes do
desfile pelas ruas da cidade.
Como a maior
parte dos integrantes do bloco era constituída por descendentes das famílias
árabes Abrahão, Barquete, Nable e Salomão, a turma logo recebeu a alcunha do
bulbo comestível largamente utilizado pelos “turcos” e passou a ser chamada de “Bloco
da Cebola”.
Entretanto,
durante o Carnaval, a turma da cebola só queria chapar o melão e tirar o
zinabre da serpentina.
Bloco da Cebola durante o "aquecimento"
Foi então que o criativo Adriano Bananinha, filho do Dito Nable, talvez intuído por antigos e tradicionais
conhecimentos alquímicos e alcoológicos de seus ancestrais sumérios, resolveu produzir
uma bebida a partir da soma (cabalística) de “sete elixires”.
Assim surgiu a Bomba, que era preparada ritualisticamente em baldes de vinte
litros e misturada pelo “mago” Bananinha com uma enorme colher de madeira, que
precisava ser trocada a cada ano em razão de um súbito e até hoje inexplicado “apodrecimento
precoce” do utensílio.
Certo é que
a “Bomba” ficou famosa e muita gente de fora de Andrelândia se dirigia ao Bar
do Dito só para experimentar o inusitado e singular produto, responsável por “altos
e baixas” no Carnaval de Andrelândia.
A cor da
Bomba era mutante. Normalmente variava entre o grená e o invisível e, não raras
vezes, produzia enigmáticos vapores.
O teor alcoólico médio da Bomba era de 48º, com sensação de 78º.
Por precaução, recomendava-se não fumar durante o consumo da bebida.
Por precaução, recomendava-se não fumar durante o consumo da bebida.
Conta-se que, certa feita, agentes do Mossad (המוסד למודיעין ולתפקידים מיוחדים) chegaram a ser
enviados secretamente ao Bar do Dito para espionar o Bloco da Cebola, analisar
o potencial ofensivo da agremiação e tentar descobrir a fórmula da Bomba.
Contudo, os
integrantes da inteligência israelense experimentaram o produto sem a necessária moderação
e, depois de tocarem tamborim e cuíca no boteco, foram vistos de madrugada, chapados, dançando “Segura o Tchan” e “Na boquinha da garrafa”
no baile do Campestre Clube, restando frustrada a missão internacional.
De fato,
Bananinha conseguiu driblar as mais intrincadas redes de espionagem sobre a
fórmula do produto durante mais de três décadas, até que, recentemente, resolveu
fazer a revelação pública das sete bebidas utilizadas para a produção da Bomba.
Assista aí,
com exclusividade:
Revelação Bombástica !
As afamadas marcas
das bebidas utilizadas, segundo fontes mais ou menos insuspeitas, eram as seguintes:
Whisky
|
Barangaines
|
Rum
|
Bacarxi
|
Conhaque
|
Zangão
|
Menta
|
Euthanasy
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Fogo Paulista
|
King Kong
|
Groselha
|
Bagdá
|
Vodka
|
Balalayka
|
Especialistas
consultados pelo Blog informaram que, com o advento da Convenção Internacional sobre a
Proibição de Armas Químicas (1997), talvez seja necessária a alteração dos
componentes da bebida caso se pretenda a retomada da sua produção em Andrelândia.
Brincadeiras
de lado, fato é que a Bomba se transformou, ao longo de suas duas décadas de produção
e largo consumo, em verdadeiro patrimônio histórico-alcoológico do Carnaval de Andrelândia.
Viva a Bomba
!
Mas beba com
moderação.