Introdução
A Igreja Matriz de Andrelândia foi construída a partir de 1752, sendo entregue ao culto divino em 04 de junho de 1755, quando, por comissão do então Bispo de Mariana, Dom Manuel da Cruz, aqui esteve o Padre Francisco de Cerqueira Campos, então Pároco de Aiuruoca, benzendo e liberando o templo para o uso coletivo.
Até então, o local era ermo, contando apenas com fazendas e mineradores no entorno.
Os moradores responsáveis pela edificação eram portugueses, sobretudo oriundos das regiões do Minho, Lisboa e Açores.
A estrutura original do templo foi toda erigida com blocos de pedras extraídos nas redondezas.
Imagem da fachada da matriz. Cerca de 1900.
A parte central da fachada
frontal (portada, nicho, óculo, janelas, soleira, ressaltos e colunas) foi edificada com pedras trabalhadas, mediante o uso da técnica de cantaria (arte de talhar e moldar
blocos de rocha) por antigos mestres pedreiros certamente oriundos de Portugal.
Os mestres pedreiros daqueles tempos, para poderem exercer a profissão, eram submetidos a rígidos exames que ocorriam no âmbito de instituições legatárias das antigas tradições das Corporações de Ofício da Idade Média.
Fachada atual. Percebe-se a manutenção dos elementos artísticos originais na parte central, que remontam ao século XVIII.
Depois de passarem pelos estágios de aprendizes e oficiais, poderiam ser submetidos ao exame para
obtenção do título de mestre, o que lhes outorgava o direito de exercer
autonomamente o ofício de pedreiro, de grande importância social naqueles tempos.
Uma das exigências para o reconhecimento oficial era o pleno domínio de técnicas, fórmulas e símbolos herdados da antiguidade, muitos deles discretamente reproduzidos nas obras que edificavam, como fórmulas de transmissão de conhecimento, verdadeiras mensagens para o futuro.
Temos estudado, com cuidado, os elementos arquitetônicos originais da antiga Matriz de Andrelândia e podemos afirmar que existem diversos símbolos – sobretudo do cristianismo gnóstico e dos antigos pedreiros livres – gravados nas estruturas do templo.
Eles representam sinais sagrados que nos ligam ao mais longínquo passado da humanidade e nos servem de guia e farol para o amanhã.
Até mesmo a conformação urbana de nossa cidade (uma cidade do século XVIII, inusitadamente com ruas largas e planejadas) pode ser compreendida a partir de tais elementos até então despercebidos.
Aos poucos iremos aqui revelar esses símbolos perdidos do passado da Terra de André.
O circumponto
O circumponto é essencialmente o símbolo dos Antigos Mistérios.
Também conhecido como o Símbolo da Fonte ou a origem de todas as coisas, o circumponto (um ponto dentro de um círculo) representa a Unidade, o Todo, um símbolo da Criação e do próprio Criador.
No Antigo Egito, era o símbolo de Rá, o deus-sol, e a astronomia moderna ainda o utiliza da mesma forma.
Os primeiros místicos chamavam-no de Olho de Deus, e ele é a origem do olho que tudo vê.
Os pitagóricos usavam o circumponto como símbolo da Mônada, a Divina Verdade, a Prisca Sapientia, a união da mente e da alma...
Na alquimia, cada metal tem um símbolo, e o circumponto representa o ouro, o mais perfeito dos metais.
No cristianismo gnóstico ele representa a perfeição do Cristo, enquanto filho único do Deus Criador e luz para o nosso mundo.
O circumponto representa o desenho de uma órbita completa, ou seja, a visão de um todo, no acabamento de um ciclo de evolução, incluindo a espiritualidade profunda.
Desta forma ele significa uma semente colocada no campo para ser fecundado.
Além disso, o circumponto servia de referência para aferição da justa e perfeita proporção dos elementos do templo, que deveriam seguir a Razão Áurea ou o Número de Ouro, que explicaremos mais à frente.
Tal símbolo está expressamente representado na fachada da Matriz de Andrelândia, logo acima do óculo central.
São pouquíssimos os templos que o ostentam de forma tão expressiva.
Entre outros significados que iremos oportunamente aqui revelar, o circumponto aposto na Matriz de Nossa Senhora do Porto da Eterna Salvação pelos antigos mestres pedreiros augurava que a cidade de Andrelândia (até então inexistente) iria se desenvolver ao redor daquela Igreja (o que, de fato, ocorreu com o subsequente surgimento do Arraial do Turvo) e que seria sempre guiada pelas insuperáveis e bondosas forças do Cristo.
O Cálice sagrado
O circumponto representa a soma de duas metades perfeitas.
Na fachada da Igreja Matriz, logo abaixo dele está representada uma dessas metades, a inferior, que tem por significado o corpo físico ou causal, o homem, criado à imagem e semelhança de Deus.
Em breve, novas revelações serão feitas.
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