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sábado, 24 de junho de 2017

GRUPO ESCOLAR JOSÉ BERNARDINO ALVES - PATRIMÔNIO CULTURAL DE ANDRELÂNDIA

O Grupo Escolar José Bernardino Alves é um dos mais antigos e tradicionais estabelecimentos de ensino de Andrelândia em funcionamento.

Suas origens remontam a 1918, quando foi criado o Grupo Escolar do Turvo, com o nome de Raul Soares. Instalado no antigo Sobrado do Barão do Cajurú (atual Prefeitura), o Grupo entrou efetivamente em funcionamento em 03 de maio de 1920.



O Grupo em 1934




Na década de 1930, quando o Dr. José Bernardino Alves Júnior ocupava o cargo de Secretário de Estado de Finanças, o nosso conterrâneo conseguiu verba para a construção do novo Grupo Escolar, que recebeu o nome do pai dele, Major José Bernardino Alves, pelo Decreto 11.391/1934.

Major José Bernardino Alves


À direita, o Secretário José Bernardino Alves Júnior (andrelandense), ao lado de Gustavo Capanema

O novo prédio começou a ser construído em 1933 pela firma Paulo Auler.

Ao longo de mais de oito décadas de existência, o Grupo José Bernardino, como é conhecido,  já alfabetizou e instruiu milhares de andrelandenses. Trata-se de uma verdadeira escola de cidadania da cidade.

Cerimônia Escolar


Donas Ondina, Wanda Carvalho, Helena Meireles, Maria Augusta, Gracinha, Maria Inês, Venina, Dirce e Elisabeth,  são algumas das eternas e queridas mestras que passaram pela instituição, dedicando-se à nobre tarefa de ensinar.


               Dona Ondina - Diretora Escolar

Lá tivemos a honra de estudar e guardamos boas lembranças dos tempos em que Dona Ondina Alves era a competente e temida (pelos bagunceiros, como eu) diretora. Em sinal de respeito, sempre que ela adentrava à sala de aula, ficávamos de pé. 

Também me recordo, com saudade, das aulas de Moral e Cívica e do hasteamento da bandeira. Toda criança tinha orgulho de saber cantar o hino nacional e ser escolhido para hastear o pavilhão nacional era a recompensa máxima. 

Bons tempos aqueles...


Grupo - 1970

Em 1970 houve a comemoração do cinquentenário de funcionamento do Grupo Escolar, com desfile cívico pelas ruas da cidade, homenagem a Nossa Senhora Aparecida, padroeira da escola, e solenidade no Clube Andrelândia (Antigo Clubinho, hoje infelizmente fechado).








Hino do Cinquentenário 


     Homenagem a Nossa Senhora Aparecida

Membros da Caixa Escolar



Desfile Cívico










Turmas de 1970








Salve o Grupo José Bernardino Alves, verdadeiro patrimônio cultural da Terra de André !

Para saber mais sobre a história da educação em Andrelândia, conheça o livro: 

Andrelândia - 3500 anos de história. Veja em:

 http://terradeandre.blogspot.com.br/2017/02/livro-andrelandia-3500-anos-de-historia.html



sábado, 3 de junho de 2017

UM ESCRAVO FUGIDO DA CIDADE DO TURVO (ANDRELÂNDIA)

A escravidão de negros não era algo que estava restrito somente a grandes e movimentadas cidades, tais como Ouro Preto, Diamantina, Rio de Janeiro e Salvador.
Em todos os recantos do país a mão de obra cativa era peça fundamental para o funcionamento da economia colonial.
E em Andrelândia, a antiga Cidade do Turvo, nada foi diferente.
Para se ter uma ideia, em 1872 existiam em Andrelândia 1.626 escravos !
A grande maioria morava nas antigas fazendas, tais como Bicas, Paraíba, Bahia, Maranhão, Laranjeiras, Pedras, Pinheiros, Safira etc.
Em algumas delas ainda existem remanescentes das antigas senzalas. Há vestígios da produção cerâmica de origem africana em várias partes da cidade e já tivemos a oportunidade de ver cachimbos e pedaços de potes daqueles tempos.
Na Fazenda das Bicas há, inclusive, os vestígios de um antigo cemitério onde eram sepultados os escravos do potentado Barão do Cajurú.
A quantidade de negros cativos deveria ser tão grande que o transporte dos corpos para sepultamento no cemitério do Arraial, situado a apenas duas léguas, constituiria um incômodo.
Os escravos, principalmente aqueles que dominavam profissões de importância, tais como pedreiro, carpinteiro, músico etc., eram muito valorizados economicamente. 



Quando fugiam, normalmente anúncios com promessas de recompensas pela captura e devolução eram divulgados nos principais jornais da região, como demonstra a figura acima.

Escravos carpinteiros

Em nossas pesquisas, entre muitos outros registros, descobrimos, por exemplo, que em 15 de fevereiro de 1874 um escravo do Senhor José Justino de Azevedo, que era dono da Fazenda das Laranjeiras, na Cidade do Turvo, quando estava fazendo serviços em São Domingos da Bocaina (atual distrito de Lima Duarte, nas proximidades do Matutú), de lá fugiu carregando todas as ferramentas utilizadas em sua profissão de carpinteiro.
O interesse pela prisão e devolução do escravo Jacintho foi de tamanha monta que o proprietário fez a divulgação da fuga no Diário do Rio de Janeiro, na  então Capital do País, prometendo gratificação.

Abaixo, a reprodução da notícia.


Enfim, Andrelândia contou com a presença escrava na formação de sua história desde a sua fundação.  A cidade não existiria sem a contribuição daqueles homens fortes, de fibra e que tanto sofreram em tempos de verdadeira barbárie.
Fubá, jabá, farofa, angu, caxumba, cangote, babá, marimbondo, inhame, tutú e batuque são algumas das palavras das quais nos valemos  cotidianamente e que são herança da cultura africana em nossa cidade.
Nos dias de hoje, muitos  ainda são os descendentes dos negros africanos que  moram, trabalham  e contribuem para a continuidade e o progresso da Terra de André.
A todos eles, as nossas homenagens e o nosso mais sincero reconhecimento.
De nossa parte, temos orgulho de contar em nossa ascendência materna com o sangue da negra Sebastiana Maciel, nossa querida tetravó.


Para  saber mais sobre a história da escravidão em Andrelândia, conheça o livro: 
Andrelândia - 3500 anos de história. 
Veja em: