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sexta-feira, 21 de julho de 2017

SAIBA MAIS SOBRE AS MILENARES PINTURAS RUPESTRES DA SERRA DE SANTO ANTÔNIO



Abrigadas no interior Parque Arqueológico da Serra de Santo Antônio estão as famosas pinturas rupestres da Toca do Índio, que constituem um dos mais importantes patrimônios culturais de Andrelândia.

Mas você sabe quando e por quem foram feitas ?  Qual a sua idade ? E o seu significado ?

Para  que você possa saber mais sobre esse tesouro arqueológico, preparamos abaixo algumas perguntas e respostas sobre o tema.

A história de Andrelândia começa bem antes da chegada do português André da Silveira...

Conheça e divulgue o nosso patrimônio !

Veja como visitar o Parque Arqueológico em:



Quando foram descobertas as pinturas ? Na década de 1970 as pinturas passaram a ser visitadas de forma mais rotineira por pessoas da cidade. Entretanto, como existem muros de pedras do período colonial (muros de escravos) muito próximos ao sítio, certamente as pinturas foram visitadas por escravos há mais de 150 anos.

As pinturas já foram pesquisadas por cientistas ? Equipes de arqueólogos da UFMG, chefiadas pelo arqueólogo André Prous,  visitaram o sítio nos anos de 1984 e 1985 e fizeram as primeiras pesquisas.
Todas as pinturas foram decalcadas em plástico e posteriormente reduzidas em microfichas (reprodução acima).

Foram encontrados outros vestígios arqueológicos  no sítio ?  Foram encontrados muitos cacos cerâmicos de utensílios pré-históricos; três pontas de projétil, sendo uma de quartzo, uma de sílex e uma de osso; restos de alimentação tais como um esporão de peixe, carapaças de tatu e de tartaruga, ossos de cervídeos, além de fogueiras.

Quem fez as pinturas ? As pinturas foram realizadas por populações pré-históricas que desapareceram há milênio, de forma que não sabemos os seus nomes.

Existem outras pinturas parecidas no Brasil ? As pinturas de Andrelândia são diferentes da maioria das ocorrências até hoje registradas em Minas Gerais. Pode se destacar a grande importância das figuras de lagarto, o que se observa também em alguns sítios do interior do estado da Bahia.


As pinturas foram feitas todas na mesma época ? Não. Os arqueólogos descobriram que elas foram feitas em três períodos distintos, correspondendo aos seguintes níveis cronológicos:
O mais antigo é monocrômico (uma única cor), com predominância do vermelho sobre o amarelo. No intermediário predomina a bicromia vermelho-amarelo. No nível mais recente existem grandes linhas nas cores vermelho e amarelo, bem como seis figuras com presença do branco.

Com qual material foram  feitas as pinturas ? Durante toda a pré-história, as cores vermelhas , ocre e amarelas foram geralmente produzidas com pigmentos minerais (óxidos e hidróxido de ferro). O branco era obtido com carbonatos, argilas brancas (caulim) ou osso calcinado.

Qual a área ocupada pelas figuras ?  As pinturas se estendem por 38 metros lineares de extensão. A maior parte está a uma altura de 2m no nível do atual piso. As mais altas estão a 5 metros.

Qual a idade das pinturas ? Não se tem uma datação específica para as pinturas.  Entretanto, carvões existentes no sítio encontrados pelos arqueólogos foram datados pelo método C14 em aproximadamente 3.500 anos, o que serve como uma referência para os demais vestígios. Entretanto, as pinturas podem ser até mesmo mais antigas.

Quantas pinturas existem ? Ao todo foram identificadas cerca de 650 figuras, sendo  464 vermelhas (71,3%), 129 amarelas (19,8%), 50 na bicromia vermelho-amarelo (7,7%). As 07 restantes são brancas (03), vermelho-brancas (03) e uma preta, correspondendo a 1,2%. No entanto, pode ter havido outras, que desapareceram com o tempo.
  
Qual o significado das pinturas ? Não se trata de uma escrita e não há uma lógica exata para compreendê-las e “decifrá-las”. Sabe-se que são registros feitos por populações pré-históricas que tinham a intenção de deixá-las para a posteridade.

O abrigo era utilizado como um local de moradia ? Não.  O abrigo era, ao que tudo indica, um local para a prática de rituais. Os sítios de habitação identificados estão principalmente na planície do Rio Turvo Grande, alguns quilômetros abaixo do sítio.

Esse é o único sítio arqueológico da cidade ? Não.  Já foram identificados quatro outros sítios rupestres no Município de Andrelândia e mais de uma dezena de  sítios cerâmicos.

Por que conservar os vestígios arqueológicos ? Os vestígios arqueológicos são protegidos por lei e devem ser preservados para que as gerações futuras possam também conhecê-los e estudá-los. Eles ajudam a explicar as nossas origens mais remotas.

Maiores informações sobre o passado pré-histórico de Andrelândia podem ser encontradas no livro: Andrelândia - 3500 anos de história.

Veja em:

 http://terradeandre.blogspot.com.br/2017/02/livro-andrelandia-3500-anos-de-historia.html 



sábado, 8 de julho de 2017

A SERRA DE ANDRELÂNDIA


Segundo um renomado autor, “Deus guarneceu as Minas pelas Serras para que, àquelas, somente os bravos chegassem”.

Verdade seja dita, seja pela poesia ou pela geografia, é simplesmente impossível separar a imagem de Minas Gerais das Serras que a adornam.
                
Por isso, toda cidade mineira que se preza tem que ter uma Serra para chamar de sua.

Os belo-horizontinos têm a Serra do Curral;  os sete-lagoanos  a Serra de Santa Helena;  os juiz-foranos o Morro do Imperador; os aiuruocanos o Pico do Papagaio; os são-joanenses a Serra do Lenheiro, e assim por diante...

Andrelândia, como toda boa e tradicional cidade mineira, não poderia fugir à regra.

Se é verdade que temos diversas serras em nosso município, como as da Natureza, Dois Irmãos, Residência, Garça etc., não há dúvida quanto ao fato de que aquela que está mais próxima e que melhor representa Andrelândia é a Serra de Santo Antônio.

A imponente  Serra de Santo Antônio 

As pinturas rupestres existentes naquela serra, que atinge 1.393 m de altitude, constituem a “certidão de nascimento” de Andrelândia. 


Pinturas rupestres de 3.500 anos ajudam a contar a história de Andrelândia


Com cerca de 3.500 anos de idade, as pinturas estão inseridas no interior do Parque Arqueológico da Serra de Santo Antônio, onde também está exposta uma raríssima canoa pré-histórica, que era utilizada pelos indígenas nos deslocamentos pelo Rio Grande. Trilhas, mirantes e grutas completam o singular cenário.


Principais atrativos turísticos da Serra


A capela de Santo Antônio e suas tradicionais festas também aproximam o andrelandense daquele abençoado rincão da Terra de André.

Amigos de Belo Horizonte  conhecem a Capela de Santo Antônio - 2015

Capela restaurada - 2016


Em recente publicação no tradicional site de turismo www.conhecaminas.com foram divulgas as 14 mais conhecidas e importantes serras de Minas Gerais.

Advinha qual a serra de nº 11, que foi divulgada para todo o Brasil exatamente em razão de seu enorme valor cultural ?

SERRA DE SANTO ANTÔNIO !


Conheça e divulgue esse patrimônio andrelandense.

Temos que nos orgulhar de nossas riquezas !


Veja como visitar o Parque Arqueológico em: http://npa.org.br/npa_parque_arqueologico.php

domingo, 2 de julho de 2017

ABECEDÁRIO DAS FIGURAS FOLCLÓRICAS DE ANDRELÂNDIA

1.       AVELINO CALÇA CURTA
Peça rara, de espírito inventivo inigualável. Segundo as informações mais abalizadas, foi o inventor da bermuda no Brasil ao fazer uso de uma calça cortada em Andrelândia nos idos da década de 1950, revolucionando o traje dos homens na cidade e região, o que se espraiou para o Brasil e para o mundo. Foi também o introdutor do controle de qualidade na cidade.  Fazia questão de comer, cada dia da  semana, em casa de uma  determinada família na cidade. Quando a comida ficava ruim, abandonava o local e buscava outra casa, o que era amplamente comentado  nas rodas sociais de Andrelândia, expondo o proprietário da residência abandonada pelo Avelino aos falatórios mais constrangedores. Em razão disso, todos procuravam manter a qualidade da comida servida ao Avelino.

2.       BOTININHA
Alair era seu nome. Gente boa demais. Uma figura que só falava a verdade, desafiando a realidade de gente importante da cidade. Às vezes andava só de cueca pelas ruas de Andrelândia. Gostava de cuecas pretas, sempre andando de meias da mesma cor. Infelizmente, morreu cedo demais.

3.       CARCULA
Figura que morava perto do curtume (final da rua Ribeiro Salgado, próximo ao laticínio) e só andava de bicicleta com uma almofada do Vasco da Gama na garupa. Se perguntasse se ele carculava o que acontecia com alguém que sentasse em um formigueiro, loprava. Ofendia a mãe de todos. Segundo  a lenda ele havia sentado em um formigueiro, sendo severamente ofendido nas nádegas pelos insetos da  família Formicidae.

4.       DINHA
Uma velhinha que era guardiã do jardim localizado defronte à casa em que ela morava, na atual Avenida Nossa Senhora do Porto, em frente à Telemig. Casa antiga, infelizmente demolida.  Era uma fera com os meninos que jogavam futebol no jardim. Corria atrás deles com uma enorme vara de bambu, aterrorizando as crianças.

5.       GAITEIRO
Figuraça que apareceu em Andrelândia na época da construção da Ferrovia do Aço. Tocava gaita e tinha a fama de pegar crianças e colocar em um saco. Morreu de frio no leito da ferrovia.

6.       JOÃO BOLINHA
Tinha uma bolinha em uma das orelhas e detestava ser chamado  de João Bolinha. Andava sempre com um canivete, que passava na calçada, afiando-o, quando era desafiado por alguma criança. Era empregado do Sr. Manoel Padeiro.

7.       JOÃO DA GATA
Caboclo que dava cambalhotas na rua e exibia os órgãos genitais à criançada. Vivia cantando o “Hino de Andrelândia”, com o mesmo ritmo do Hino do Brasil. “Andrelândia é uma bosta, Andrelândia. Andrelândia é uma merda, Andrelândia. Andrelândia é fedena, Andrelândia”.

8.       JOAQUIM TAMANCO

Mendigo escuro, alto, de chapéu, verdadeiro mulambo que andava pelas ruas da cidade calçando tamancos de madeira. Era sempre seguido por cachorros em razão de seu mau-cheiro, por guardar carne nos bolsos. Certa vez uma senhora da sociedade resolveu fazer uma boa ação em seu benefício: deu-lhe um banho na Santa Casa. Avelino só durou três dias, morrendo de pneumonia. O comentário foi  que morreu “de banho”.

9.       LÓDIA

Uma espécie de índia, de diminuta estatura. Sentava nas calçadas da cidade, abria as pernas e mijava na rua, chamando a atenção de quem não conhecia a tradicional forma de aliviar a bexiga.

10.   MARIA PIAU

Senhora escura, de lenço na cabeça. Detestava ser chamada de Maria Piau.  Corria atrás das  crianças que a chamavam desta forma. Tinha fama de colocar os infantes em um saco. Morreu no Asilo.

11.   MARQUINHO DO BENTO

Peça rara que tomava todas, todos os dias.  Descendia de tradicional família árabe da cidade. Um coração enorme, de gente boa. Conhecia todos os bares de Andrelândia. Sabia de cor a ordem cronológica de abertura de cada um deles, a partir das 4.52h da madrugada. Deixou muita saudade entre seus amigos.

12.   NELITO
Caboclo com pensamentos inusitados e pouco convencionais. Tinha medo da morte e sempre indagava: Dor de barriga mata ?

13.   ONOFRE

Escuro retinto, que vivia mendigando.  Tomava todas. Almoçava e jantava na casa de um tradicional farmacêutico da cidade. Às 23.00h tomava “gotas amargosas”, acreditando que o reabilitaria da cachaçada. Dizia ter 333 anos de idade. Um maluco cabalístico.

14.   ROBERTO SAPATEIRO
    Roberto Justino da Silva era o seu nome (*07.06.1942 - + 18.09.1995). Como era filho de Dona Maria Assunção da Silva, também era conhecido como Roberto Assunção. Exercia a profissão de sapateiro em um pequeno cômodo situado na Rua Coronel José Bonifácio, 105. Gostava de tomar umas cangibrinas e, quando entrava em campo, só parava depois do dinheiro acabar, o que podia levar vários dias. Quando isso acontecia, Roberto sempre falava em tom de tristeza: "A vontade é triste, menino". Era famoso por criar ditados. Um deles era: quem dorme no sereno amanhece querendo.


15. ROMANINHA
Senhora escura, que morava no Areão. Tinha fama de bruxa. Fabricava azeite de mamona para vender e também doces, mas estes últimos ninguém comia, com medo morrer envenenado.  Dizem que ela usava paus de banguês (padiolas usadas para o transporte de cadáveres)  para mexer os seus doces e alimentos.  Segundo a lenda, após fazer xixi no alto de um cupinzeiro, ela virou bananeira. A fama dela é de que não morreu, apenas virou árvore.

16.    ZUZU

Um dos personagens mais folclóricos de Andrelândia. Todos o adoravam. Era filho da Dona Ozenda Andrade e do Sr. Lindolfo Queiroz. Um adulto, com cabeça de criança, que encantava a cidade. Ganhou do Padre Pedro Ciruffo um cineminha que sempre passava o mesmo filme: Tristezas não pagam dívidas. Também tinha um trenzinho, com o qual  brincava dentro do sobrado (atual Fundação Guairá), fazendo túneis por baixo das paredes de pau-a-pique. Brincava de matar porcos, furando gomos de mandacaru com “facas” de bambu.
Vigiava a cidade do segundo andar do sobrado. Sempre que via o farmacêutico Antônio de Andrade Alves na esquina, começava a gritar: Pára de cercar freguês aí, Seu Tonico ! E arrancava gargalhadas de todos.
No seu processo de interdição judicial, disse  contentemente que era  empresário, dono de um circo, fazendo lógicas considerações sobre as perguntas que lhe eram dirigidas. O susto das autoridades do Poder Judiciário só cessaram quando Zuzu revelou  que o escrivão do processo, Sr. Joaquinzinho Ferreira, era o palhaço do empreendimento. A audiência quase não terminou por causa de tantos risos.


A todos esses personagens andrelandenses que fazem parte da história da Terra de André, as nossas mais sinceras homenagens !

Todos moram em nossos corações.