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domingo, 2 de julho de 2017

ABECEDÁRIO DAS FIGURAS FOLCLÓRICAS DE ANDRELÂNDIA

1.       AVELINO CALÇA CURTA
Peça rara, de espírito inventivo inigualável. Segundo as informações mais abalizadas, foi o inventor da bermuda no Brasil ao fazer uso de uma calça cortada em Andrelândia nos idos da década de 1950, revolucionando o traje dos homens na cidade e região, o que se espraiou para o Brasil e para o mundo. Foi também o introdutor do controle de qualidade na cidade.  Fazia questão de comer, cada dia da  semana, em casa de uma  determinada família na cidade. Quando a comida ficava ruim, abandonava o local e buscava outra casa, o que era amplamente comentado  nas rodas sociais de Andrelândia, expondo o proprietário da residência abandonada pelo Avelino aos falatórios mais constrangedores. Em razão disso, todos procuravam manter a qualidade da comida servida ao Avelino.

2.       BOTININHA
Alair era seu nome. Gente boa demais. Uma figura que só falava a verdade, desafiando a realidade de gente importante da cidade. Às vezes andava só de cueca pelas ruas de Andrelândia. Gostava de cuecas pretas, sempre andando de meias da mesma cor. Infelizmente, morreu cedo demais.

3.       CARCULA
Figura que morava perto do curtume (final da rua Ribeiro Salgado, próximo ao laticínio) e só andava de bicicleta com uma almofada do Vasco da Gama na garupa. Se perguntasse se ele carculava o que acontecia com alguém que sentasse em um formigueiro, loprava. Ofendia a mãe de todos. Segundo  a lenda ele havia sentado em um formigueiro, sendo severamente ofendido nas nádegas pelos insetos da  família Formicidae.

4.       DINHA
Uma velhinha que era guardiã do jardim localizado defronte à casa em que ela morava, na atual Avenida Nossa Senhora do Porto, em frente à Telemig. Casa antiga, infelizmente demolida.  Era uma fera com os meninos que jogavam futebol no jardim. Corria atrás deles com uma enorme vara de bambu, aterrorizando as crianças.

5.       GAITEIRO
Figuraça que apareceu em Andrelândia na época da construção da Ferrovia do Aço. Tocava gaita e tinha a fama de pegar crianças e colocar em um saco. Morreu de frio no leito da ferrovia.

6.       JOÃO BOLINHA
Tinha uma bolinha em uma das orelhas e detestava ser chamado  de João Bolinha. Andava sempre com um canivete, que passava na calçada, afiando-o, quando era desafiado por alguma criança. Era empregado do Sr. Manoel Padeiro.

7.       JOÃO DA GATA
Caboclo que dava cambalhotas na rua e exibia os órgãos genitais à criançada. Vivia cantando o “Hino de Andrelândia”, com o mesmo ritmo do Hino do Brasil. “Andrelândia é uma bosta, Andrelândia. Andrelândia é uma merda, Andrelândia. Andrelândia é fedena, Andrelândia”.

8.       JOAQUIM TAMANCO

Mendigo escuro, alto, de chapéu, verdadeiro mulambo que andava pelas ruas da cidade calçando tamancos de madeira. Era sempre seguido por cachorros em razão de seu mau-cheiro, por guardar carne nos bolsos. Certa vez uma senhora da sociedade resolveu fazer uma boa ação em seu benefício: deu-lhe um banho na Santa Casa. Avelino só durou três dias, morrendo de pneumonia. O comentário foi  que morreu “de banho”.

9.       LÓDIA

Uma espécie de índia, de diminuta estatura. Sentava nas calçadas da cidade, abria as pernas e mijava na rua, chamando a atenção de quem não conhecia a tradicional forma de aliviar a bexiga.

10.   MARIA PIAU

Senhora escura, de lenço na cabeça. Detestava ser chamada de Maria Piau.  Corria atrás das  crianças que a chamavam desta forma. Tinha fama de colocar os infantes em um saco. Morreu no Asilo.

11.   MARQUINHO DO BENTO

Peça rara que tomava todas, todos os dias.  Descendia de tradicional família árabe da cidade. Um coração enorme, de gente boa. Conhecia todos os bares de Andrelândia. Sabia de cor a ordem cronológica de abertura de cada um deles, a partir das 4.52h da madrugada. Deixou muita saudade entre seus amigos.

12.   NELITO
Caboclo com pensamentos inusitados e pouco convencionais. Tinha medo da morte e sempre indagava: Dor de barriga mata ?

13.   ONOFRE

Escuro retinto, que vivia mendigando.  Tomava todas. Almoçava e jantava na casa de um tradicional farmacêutico da cidade. Às 23.00h tomava “gotas amargosas”, acreditando que o reabilitaria da cachaçada. Dizia ter 333 anos de idade. Um maluco cabalístico.

14.   ROBERTO SAPATEIRO
    Roberto Justino da Silva era o seu nome (*07.06.1942 - + 18.09.1995). Como era filho de Dona Maria Assunção da Silva, também era conhecido como Roberto Assunção. Exercia a profissão de sapateiro em um pequeno cômodo situado na Rua Coronel José Bonifácio, 105. Gostava de tomar umas cangibrinas e, quando entrava em campo, só parava depois do dinheiro acabar, o que podia levar vários dias. Quando isso acontecia, Roberto sempre falava em tom de tristeza: "A vontade é triste, menino". Era famoso por criar ditados. Um deles era: quem dorme no sereno amanhece querendo.


15. ROMANINHA
Senhora escura, que morava no Areão. Tinha fama de bruxa. Fabricava azeite de mamona para vender e também doces, mas estes últimos ninguém comia, com medo morrer envenenado.  Dizem que ela usava paus de banguês (padiolas usadas para o transporte de cadáveres)  para mexer os seus doces e alimentos.  Segundo a lenda, após fazer xixi no alto de um cupinzeiro, ela virou bananeira. A fama dela é de que não morreu, apenas virou árvore.

16.    ZUZU

Um dos personagens mais folclóricos de Andrelândia. Todos o adoravam. Era filho da Dona Ozenda Andrade e do Sr. Lindolfo Queiroz. Um adulto, com cabeça de criança, que encantava a cidade. Ganhou do Padre Pedro Ciruffo um cineminha que sempre passava o mesmo filme: Tristezas não pagam dívidas. Também tinha um trenzinho, com o qual  brincava dentro do sobrado (atual Fundação Guairá), fazendo túneis por baixo das paredes de pau-a-pique. Brincava de matar porcos, furando gomos de mandacaru com “facas” de bambu.
Vigiava a cidade do segundo andar do sobrado. Sempre que via o farmacêutico Antônio de Andrade Alves na esquina, começava a gritar: Pára de cercar freguês aí, Seu Tonico ! E arrancava gargalhadas de todos.
No seu processo de interdição judicial, disse  contentemente que era  empresário, dono de um circo, fazendo lógicas considerações sobre as perguntas que lhe eram dirigidas. O susto das autoridades do Poder Judiciário só cessaram quando Zuzu revelou  que o escrivão do processo, Sr. Joaquinzinho Ferreira, era o palhaço do empreendimento. A audiência quase não terminou por causa de tantos risos.


A todos esses personagens andrelandenses que fazem parte da história da Terra de André, as nossas mais sinceras homenagens !

Todos moram em nossos corações.

2 comentários:

  1. Faltou o Sr. Deodato Santana, um Sr. Negro que tinha muitas estórias, uma delas era da cobra que tinha quinze metros e quinze palmos, fora o que estava atrás da moita, rsrsrsr

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  2. faltou o darcy da piriquita com suaS MUSICA

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