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sábado, 18 de novembro de 2017

AS FAMÍLIAS ANDRELANDENSES



Feliz aquele que se recorda com prazer dos seus antepassados; 
que conversa com estranhos sobre eles, 
suas ações e suas grandezas e que sente uma satisfação secreta 
por se ver como o último elo de uma bela corrente.
Goethe 



Andrelândia é um dos berços da genealogia de Minas Gerais.


Impossível consultar os livros clássicos de genealogia brasileira sem encontrar alguém oriundo do velho Arraial do Turvo.

A família andrelandense compreende antigos portugueses (das Ilhas e do Continente) e paulistas da fase da busca pelo ouro (Matos, Azevedo, Rosa, Salgado, Vilela, Costa, Silva, Nogueira etc), árabes (Abrahão, Antônio, Barquete, Nable, Naback, Ganan, Salomão etc), espanhóis  (Laredo, Garrido etc) e italianos (Rivelli, Sério, Mângia etc) do século XIX e fase da industrialização e muitas outras nobres estirpes que chegaram ao solo da Terra de André ao longo dos anos e aqui fincaram suas raízes.

Abaixo enumeramos, a título exemplificativo, as famílias que compreendem a sociedade andrelandense, de A a Z.

Eventuais correções, sugestões  e acréscimos serão recebidos de bom grado.

Procuraremos manter sempre atualizada esta postagem.

Faça a sua árvore genealógica !

Vamos conhecer, valorizar  e manter unida a Família Andrelandense !

Se quiser saber mais detalhes sobre as origens e trajetória dessas famílias, conheça o livro abaixo.

http://terradeandre.blogspot.com.br/2017/02/livro-andrelandia-3500-anos-de-historia.html 

ABRAHÃO

Joaquim Abrahão

Família Abrahão

AGUIAR

ALEXANDRE

Salvador Alexandre
ALMEIDA
Capitão Joaquim Teodoro de Almeida


ALVES


Gustavo Ernesto Alves e Ilídia da Silva Alves

ANDRADE

Família Andrade

ANTÔNIO

ARANTES

Antônio Belfort de Arantes e Maria Custódia de Paula (Barões do Cabo Verde)

ARAÚJO






Dr. Francisco Pascoal de Araújo




AREDES
AZEVEDO
Família Azevedo


Coronel José Bonifácio de Azevedo e Dona Carlina
BARQUETTE
BARROS
BARTALO
BATISTA
BELFORT
Antônio Belfort de Arantes
BITA
BOUGLEUX
BRAGA
BRITO
CAMPOS
Capitão Tobias de Paula Campos
CARDOSO
CARVALHO
João Gualberto de Carvalho

Família Carvalho

CATÃO
Família Catão


Olímpio Carneiro Viriato Catão


CHAVES
Evaristo Chaves

COSTA
FERREIRA
GANAN
GARRIDO
GASPAR
GODINHO
Família Godinho
GOMES
GONÇALVES
GUIMARÃES
LANDIM
LAREDO






LINTZ
Martiniano de Souza Lintz
LUCINDA
MAFRA




Antônio Joaquim de Oliveira Mafra

MANGELLI
MÂNGIA
MATTOS


Bodas de Ouro de Saturnino Augusto de Mattos e  Maria Carolina da Silveira.
 Andrelândia. 1934



MEIRELES
MENDONÇA
MILWARD  AZEVEDO
MIRANDA
MONTEIRO


Américo José Monteiro



MOURA
NABACK
NABLE



Jamila e Miguel Nable

NASCIMENTO
João Batista do Nascimento

NOGUEIRA
OLIVEIRA



Família Oliveira
PAULA
PEDROSA
PEIXOTO
PEREIRA
Capitão Manoel Teodoro Pereira
PEREIRA GUSTAVO
REIS
REZENDE
RIBEIRO DO VALLE
RIVELLI
ROMEIRO
ROSA
SACRAMENTO
SALGADO
SALOMÃO
SEIXAS
SÉRIO
SILVA
Cecília Nogueira e Lindolfo Cândido da Silva

SILVEIRA
SOUZA
TEIXEIRA
XAVIER
VILELA
ZERINGOTA
ZUQUIM


Dr. João Zuquim de Fiqueiredo Neves
























domingo, 12 de novembro de 2017

CAMPEONATO DE FUTEBOL RURAL EM ANDRELÂNDIA. GOL DE LEITÃO VALE ?

O futebol é realmente uma “caixinha de surpresas” e de há muito   que o esporte do britânico  Charles Müller vem desafiando a argúcia e a inteligência dos mais abalizados entendidos do assunto.

Passamos a relatar um “acontecimento verídico”  do interior das Gerais, que bem realça a faceta inusitada do futebol brasileiro.

Existe em Andrelândia, lá pelas bandas da Serra dos Dois Irmãos, uma vetusta e lendária fazenda denominada Bahia,  uma das mais tradicionais do município.

Bem próximo à fazenda existe um campo de “peladas”, onde antigamente eram disputadas acirradas partidas de futebol.

Certa feita,  jogavam naquela renomada arena desportiva, disputando a partida final do campeonato regional,  o “time da fazenda”, que em razão do rústico boteco construído de bambu, sem cobertura,  em que seus atletas  se concentravam todas as noites para o “aquecimento”, era  formalmente denominado Esporte Clube “Bar Sem Lona”, contra o tradicional time da vizinha cidade de Madre de Deus de Minas, popularmente conhecido como  “Real Madrê”.

Bar Sem Lona  X  Real Madrê: um verdadeiro clássico do Campo das Vertentes, que entraria para a história do futebol mundial...

Pelas regras da competição, o empate favoreceria  o time de Madre de Deus de Minas, que tinha um melhor saldo de gols.

Mas o Bar Sem Lona não desistia.
         
Jogo tenso e acirrado, o placar estava em 0 x 0 até aos quarenta e quatro minutos do segundo tempo, quando o sol já começava a se pôr no horizonte daquele abençoado torrão.

Foi aí que o ponta-direita do time da fazenda,  manco de uma perna, cego de um olho e vesgo do outro, mas acostumado a correr atrás de bezerros serra acima, puxou um perigosíssimo contra-ataque  -  certamente a derradeira oportunidade de gol para o seu clube, cuja camisa surrada com as iniciais BSL (Bar Sem Lona) gravada no peito,  tinha  grande orgulho de defender.

No momento de efetuar o decisivo cruzamento para a área adversária, o ponta – que não enxergava  quase nada e ainda ofuscado pela luz do sol poente - caprichou, mas só que em vez de chutar a bola, acabou chutando um leitão  branco com pintinhas pretas e muito gordinho que por ali passava, coisa comum em campos de roça.

Atento ao lançamento, o esguio centroavante do Bar Sem Lona -  que já havia tomado cinco pingas no intervalo da partida  (segundo ele  para aliviar uma contratura muscular, de discutível existência), embora achando ligeiramente esquisito o formato da “pelota” que voava em sua direção (esperneando e emitindo ruidosos grunhidos), “subiu ao segundo andar” e  em posição absolutamente legal, resolveu não perder a oportunidade e cabeceou com absoluta precisão o pequeno e roliço suíno em direção à meta adversária, marcando o primeiro gol de leitão do futebol brasileiro e, quiçá, do mundo.
         

O árbitro da partida, oriundo da neófita e pouco confiável Liga Passapertense Desportiva,  correu para o centro do gramado, dando a entender que o estranhíssimo gol era válido.

Indagado sobre a inusitada decisão, ele afirmou convicto aos jogadores do “Real Madrê”, em tom professoral, que havia aplicado o princípio da analogia, pois  se a bola era revestida de couro e o suíno também o era, não havia diferença alguma, arrematando em tom de calango, que era a sua verdadeira especialidade, com voz arrastada e hálito típico do consumo excessivo de etanol caseiro:

- Não vem não, não vem não, vale tanto gol de leitão, quanto de  bola de capotão...
        
Mas o  time do “Real Madrê” não concordou com aquilo e logo se formou uma verdadeira confusão, sendo necessária, inclusive, a presença da força pública, ali bravamente representada pelo Sargento  Orlando, que havia acabado de ajudar a roçar um pasto e estava devidamente armado com uma foice de cabo longo.

Gol de leitão vale ? perguntavam baixinho, em tom desconfiado, os próprios jogadores do “Bar Sem Lona”, com a esperança de colocarem a mão no “caneco”, apontando que o gol era incontroverso, pois o leitão inclusive continuava preso na rede da meta adversária.

Consultados os entendidos da legislação futebolística ali presentes, ninguém quis se pronunciar a respeito, premidos pelo iminente enfrentamento físico dos rivais, sendo necessária a suspensão da partida.

A turma do “Bar Sem Lona”, temendo que o roliço suíno fosse apreendido para fins de perícia, furtivamente surrupiou o leitão, transformando-o, logo após a partida,  em   apetitoso tira-gosto.




Final da história: até os dias de hoje se discute sobre a validade do gol e consequentemente sobre qual foi o time campeão daquele renhido campeonato disputado em terras andrelandenses.

Dizem que o Tribunal Regional de Justiça Desportiva Rural, à época sediado na vetusta vila de São Miguel do Cajurú,  foi consultado sobre a questão, mas com medo de abrir um precedente perigoso na história do futebol, recusou-se a proferir um veredicto a respeito, argumentando que não se tratava de um jogo reconhecido oficialmente por aquele egrégio colegiado judicante.

Em arremate, os nobres julgadores afirmaram que a materialidade do possível ilícito futebolístico  havia se perdido com a transformação do leitão em tira-gosto, o que impossibilitava a realização do indispensável auto de corpo de delito.

Fica então a pergunta para os  abalizados conhecedores das regras do futebol:  gol de leitão vale ?

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OBS: Texto de autoria de escritor andrelandense, publicado na Revista da Academia de Letras do MPMG.

quinta-feira, 9 de novembro de 2017

AS PINTURAS PARIETAIS DO ALEMÃO WALTER KESSLER EM ANDRELÂNDIA E REGIÃO - ATUALIZADO EM AGOSTO DE 2024


Por volta da década de 1940 chegou a Andrelândia um artista de origem européia, conhecido pelo nome de Walter Kessler, que deixou a marca de sua pintura em diversas edificações de nossa cidade e região, a exemplo de Bom Jardim de Minas, Santo Antônio do Porto (Azeite), pertencente à cidade de Piedade do Rio Grande, São Vicente de Minas, Santa Rita de Ibitipoca, Ibertioga e também em Santana do Garambéu.

Em Andrelândia, recordo-me, quando criança, que as paredes de muitos alpendres de casas eram decoradas com as pinturas  do conhecido “Walter Alemão” ou “Walter Pintor”, que era especialista em paisagens, natureza morta e na técnica conhecida como estêncil.  Entretanto, quase todas as obras foram destruídas ou recobertas por grossas camadas de tinta, infelizmente.

Quem terá sido  Walter Kessler ? Onde se formou como artista ? Qual a sua naturalidade exata ? Como veio para o Brasil ? Terá sido um fugitivo de guerra ? Onde terminou seus dias ?

São muitas as perguntas para as quais ainda não temos respostas...

Quanto ao sobrenome Kessler, ele  significa aproximadamente latoeiro ou funileiro, no sentido de denominar um artesão metalúrgico encarregado de produzir objetos de latão, cobre ou ferro, bem como reparos em objetos metálicos. Está relacionado ao termo alemão kessel que significa caldeira. O ofício profissional, assim como o sobrenome, estariam relacionados ao sul da Alemanha, principalmente Suábia, e a Suíça, onde nomeia uma importante família nobre.

Em nossas pesquisas, descobrimos que em 27 de junho de 1908, aportou no Rio de Janeiro, proveniente de Hamburgo, o vapor Córdoba, que trazia, entre muitos imigrantes, a família austríaca Kessler, formada pelo casal Johann Kessler (35) e Ana Kessler (31), acompanhados dos filhos Martha, Jda, Max, Paul, Wilhen e o caçula Walter Kessler, de apenas 02 anos e seis meses.

Outra hipótese que aventamos é que, apesar de assinar suas pinturas apenas com as iniciais W.K., seu nome completo seria Hans Walter Kessler.

Sendo correta essa hipótese, ele teria nascido na Alemanha por volta de 1910, sendo filho de Oscar Kessler e Anna Kessler, falecendo em Belo Horizonte no ano de 1965, encontrando-se sepultado no Cemitério do Bonfim.




Talvez seja Hans Walter Kessler o nome completo do afamado artista...



Walter Kessler em Santana do Garambéu no ano de 1948 - Fonte: Itabyr Carvalho
 
Entretanto, sabemos, com certeza, apenas que Walter morava em uma pequena casa, estilo chalé, na Rua Ribeiro Salgado, próxima à travessia da linha férrea da  Rua João Feliciano de Souza (região do Curtume). Como fazia leitura de mãos, pintou na porta da casa, em tom jocoso: “Aqui mora Walter a ler mão”.

Walter fabricava as tintas que usava a partir de pigmentos que ele mesmo manipulava juntamente com óleo de linhaça, alvaiade, tabatinga etc. 

Era de estatura mediana, loiro, olhos azulados e  tinha uma irmã que morava no Rio de Janeiro,  cidade para onde se deslocou, quando adoeceu. Não sabemos da existência de parentes dele ainda vivos.

Consta que gostava de tomar umas cangibrinas, como todo bom alemão ou mineiro.

Segundo informações, Walter contava com dois ajudantes: Jair e José Heitor. Em Andrelândia, foram seus discípulos os pintores Couve, Manoel João e Eleo de Oliveira.

Contamos com a ajuda de todos para que possamos descobrir mais detalhes sobre esse artista que embelezou a região de Andrelândia em meados do século XX.

Pedimos que notícias sobre outras pinturas dele sejam aqui compartilhadas.

Por enquanto, vamos admirando as poucas pinturas conhecidas do pintor tedesco que ainda subsistem ao passar dos anos na velha Terra de André e entorno.



A Walter Kessler as nossas homenagens e os nossos aplausos.

Cronologia das pinturas identificadas:


PINTURAS NO INTERIOR DA CAPELA DE SÃO SEBASTIÃO DA RANCHARIA -  LIMA DUARTE - 1945-1947

EX-VOTO DA IGREJA DE SANTANA DO GARAMBÉU– 1948

IGREJA DE SANTA CLARA – IBERTIOGA – 1949

FAZENDA MORRO DO CHAPÉU - SANTA RITA DE IBITIPOCA - 1949

FAZENDA PORTEIRA NOVA - SANTA RITA DE IBITIPOCA - 1949

PINTURA NA GRUTA DA CACHOEIRA DOS DEFUNTOS - SANTANA DO GARAMBÉU - 1949

IGREJA DE SANTO ANTÔNIO DO AZEITE –  1950

IGREJA DO ENGENHO – SANTA RITA DE IBITIPOCA – 1951

MATRIZ DE SANTANA DO GARAMBÉU – 1956

PINTURAS DE WALTER KESSLER EM RESIDÊNCIA DA RUA CORONEL JOSÉ BONIFÁCIO - ANDRELÂNDIA













PINTURAS DE WALTER KESSLER EM RESIDÊNCIA DA PRAÇA VISCONDE DE ARANTES, 82  - ANDRELÂNDIA










PINTURAS DE WALTER KESSLER EM RESIDÊNCIA DA PRAÇA VISCONDE DE ARANTES - ANDRELÂNDIA






MARMORIZADOS DE WALTER KESSLER EM RESIDÊNCIA DA AV. GOVERNADOR VALADARES   - 
BOM JARDIM DE MINAS






PINTURAS DE WALTER KESSLER NA 
CAPELA DO AZEITE - PIEDADE DO RIO GRANDE






PINTURAS DE WALTER KESSLER NA MATRIZ DE SANTANA DO GARAMBÉU

Quadro do Forro -  Santana

Batismo de Cristo

Detalhes  -  Batismo de Cristo





Ex-Voto



São Paulo


São Pedro

PINTURAS DE WALTER KESSLER NA CAPELA DO ARRAIAL DO ENGENHO, SANTA RITA DE IBITIPOCA










PINTURAS DE WALTER KESSLER NA CAPELA DO ARRAIAL DE SANTA CLARA, IBERTIOGA












PINTURA DE WALTER KESSLER NO INTERIOR DA GRUTA DA CACHOEIRA DOS DEFUNTOS - SANTANA DO GARAMBÉU




PINTURAS DE WALTER KESSLER NA FAZENDA MORRO DO CHAPÉU - SANTA RITA DE IBITIPOCA


















PINTURAS E WALTER KESSLER NA FAZENDA PORTEIRA NOVA - SANTA RITA DE IBITIPOCA





















 
PINTURAS DE WALTER KESSLER NA RESIDÊNCIA DA PROFESSORA MARIA JOSÉ GUIMARÃES, EM SANTANA DO GARAMBÉU










PINTURAS DE WALTER KESSLER NA CAPELA DE SÃO SEBASTIÃO DA  RANCHARIA - LIMA DUARTE

Fotos gentilmente cedidas por Mariza das Dores de Paula