O queijo é um dos produtos mais
característicos do Sul de Minas Gerais e está presente na história de
Andrelândia desde os seus primeiros tempos.
Já no século XVIII os antigos
povoadores da cidade produziam artesanalmente nas fazendas o conhecido “queijo mineiro”, confeccionado com leite de vaca, coalho de capivara e sal.
Ainda encontramos em muitas propriedades rurais do município as antigas queijeiras (mesas para moldagem e prensa) e formas de madeira que eram utilizadas no processo de produção do apreciado produto.
Ainda encontramos em muitas propriedades rurais do município as antigas queijeiras (mesas para moldagem e prensa) e formas de madeira que eram utilizadas no processo de produção do apreciado produto.
Queijeira e formas utilizadas na fabricação do queijo mineiro artesanal em Andrelândia
No século XIX a produção de queijo em Andrelândia e região aumentou consideravelmente em razão da alta demanda do Rio de Janeiro, para onde a Corte Portuguesa se mudou.
Os queijos eram colocados em jacás (cestos cilíndricos de bambu) e transportados para o Rio em tropas de burros que seguiam pelo Caminho do Comércio, rota colonial que ligava o Rio de Janeiro a São João del-Rei, passando por Madre de Deus, Andrelândia, Bom Jardim, Rio Preto, Vassouras, Valença e Nova Iguaçu.
Antigamente os queijos de Andrelândia eram transportados para o Rio de Janeiro em cestos de bambu, carregados por tropas
Em 1887 o Dr. Ernesto da
Silva Braga, primeiro historiador da cidade, registrou na
“Descripção da Cidade do Turvo e seu Município na Província de Minas”, que “está bastante desenvolvido o fabrico de
queijos, os quais tem muita aceitação devido à sua excelente qualidade”.
Em
1904 os comerciantes Andrés, Antunes & Cia vendiam em Juiz de Fora o queijo
creme sul-mineiro produzido por Francisco Zuquim de Figueiredo Neves no Turvo,
considerado superior aos queijos do Reino.
A partir da segunda década do
século XX houve uma inovação na produção de queijos na cidade, introduzida
pelos industriários turvenses José Gustavo Alves, Veridino e Diógenes Ribeiro Salgado, que passaram a
produzir queijos mais finos na Fábrica Salgado Alves, como o prato, parmesão,
cobocó, lanche, entre outros, transformando Andrelândia em um dos mais
importantes pólos de laticínios de Minas
Gerais.
Eram dezenas as fábricas espalhadas pelas fazendas da cidade e da região, além de algumas na sede do município.
José Gustavo Alves, Veridino e Diógenes Ribeiro Salgado (principais fabricantes de queijo de Andrelândia) com as esposas passeando no Rio de Janeiro - Década de 1930.
Eram dezenas as fábricas espalhadas pelas fazendas da cidade e da região, além de algumas na sede do município.
A fábrica de Laticínios Salgado Alves foi das mais importantes da história de Andrelândia
Para se ter uma ideia, veja os números da produção de laticínios de Andrelândia em 1923 (Annuario Estatistico de Minas Gerais 1922 – 1925. Belo Horizonte. Imprensa Oficial. 1929. Vol. II. p. 395):
·
154.527 kg de manteiga
·
50.400 kg de queijo Cobocó
·
10.700 kg de queijo Edan
·
23.500 kg de queijo Parmeson
·
26.400 kg de queijo Prato
·
321.000 kg de queijos de outros tipos.
No ano de 1934 foi fundada em Andrelândia, na Rua da Estação, a Fábrica de Laticínios Salgado & Cia, com capital de 130 contos de réis. O empreendimento contava com fábricas situadas ainda nas localidades de Rabelo, São Bento, Cruzeiro, Boa Vista e Ibertioga. Produzia-se manteiga e queijos creme, prato e cobocó das marcas Botafogo, Corcovado, Riachuelo, Aymoré e Humaitá. Eram sócios da Fábrica de Laticínios Salgado & Cia., dentre outros, Gabriel Ribeiro Salgado e José Tibúrcio Salgado
Foram muitas as fábricas de queijos finos que operaram em Andrelândia durante o século XX
A produção destinava-se, sobretudo, às grandes capitais,
principalmente Rio de Janeiro e São Paulo, e, durante bom tempo, a ferrovia foi
utilizada como meio de escoamento dos produtos.
A partir da década de 1970 as
fábricas andrelandenses de queijos diminuíram em quantidade.
Atualmente, dois grandes e bons laticínios industriais operam na cidade produzindo queijos de ótima qualidade: Rosena e Yema.
Enfim, se o queijo é uma das
marcas da identidade de Minas Gerais, Andrelândia pode se orgulhar de
contribuir, há mais de três séculos, para essa característica e boa fama do
nosso Estado.
Conheça, experimente e divulgue
os queijos de nossa cidade !
Se quiser saber mais detalhes sobre o assunto, conheça o livro abaixo.
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