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quarta-feira, 22 de janeiro de 2020

PINHÃO, GOIABADA OU QUEIJO ? Em busca de uma identidade gastronômica para Andrelândia




Há 3.500 anos o território andrelandense já era habitado por povos pré-históricos que viviam no vale do rio Turvo Grande, alimentando-se da caça e da coleta de frutos e sementes. Daquela remota época ficaram registros na Serra de Santo Antônio, encontrados por arqueólogos na década de 1980, que comprovam que um dos alimentos favoritos de nossos mais remotos ancestrais era o pinhão, muito nutritivo e rico em fibras e minerais.  Sabemos que o consumo do pinhão em nossa região sobreviveu aos séculos e no período colonial ele também era muito utilizado na alimentação dos tropeiros que daqui partiam em direção ao Rio de Janeiro, conduzindo bois e porcos para abastecer a Capital. 


Nos pontos de parada (pouso) dos tropeiros sempre existiam araucárias, que forneciam sombra para a tropa, galhos para acender o fogo e pinhões  para a alimentação.
     
Nos dias de hoje o consumo do pinhão em Andrelândia, conquanto ainda exista, é bastante reduzido. Não seria o momento de resgatar as tradições de nossos antepassados e assinalar o consumo da semente, em suas múltiplas possibilidades (cozido, assado, em conserva, farofa, bolo etc.), como um dos símbolos gastronômicos de nossa cidade ?


Para quem prefere algo mais doce, vale ressaltar que, ainda no século XVIII, a região conhecida como Congonhal, em nossa cidade, foi povoada por famílias portuguesas oriundas das Ilhas dos Açores que aqui passaram a produzir, de forma artesanal, seguindo técnicas tradicionais trazidas do além-mar, doces de frutas. Ao longo dos anos, substituindo a marmelada europeia, a goiabada transformou-se em produto típico produzido e comercializado pelos chamados “Congonheiros” que vinham à cidade vender o afamado doce de goiaba (padrão tradicional, cascão ou “de colher”) de porta em porta, normalmente acondicionados em caixetas de madeira. Gente simples e trabalhadora, os Congonheiros possuíam características físicas comuns, a exemplo da pele clara, dos cabelos aloirados e dos olhos azuis, o que se explica pelo fato das Ilhas dos Açores, de onde procediam seus ancestrais, terem sido povoadas, inicialmente, por Holandeses. 


Vale ressaltar que o próprio fundador de Andrelândia, André da Silveira, era natural dos Açores (Ilha do Faial) e possuía propriedade também no Congonhal, tendo sido ele, provavelmente, produtor ou, ao menos, apreciador da goiabada do Arraial do Turvo (nome primitivo de nossa cidade).


Não seria tempo de resgatar e promover a velha  tradição das goiabadas de Andrelândia, de tão conhecidos sabor e qualidade ?

Para combinar, os mais exigentes pediriam o queijo. E isso é o que não nos falta...
 
Não bastasse a fabricação tradicional, desde o século XVIII,  do chamado “queijo Minas”, a partir da década de 1920 Andrelândia passou a produzir, com alta qualidade, queijos finos como o Prato, Gruyere, Brie,  Gorgonzola, Golda, Muçarela, entre outros, alcançando renome nacional em tal atividade.

Atualmente existem fábricas e revendedores de laticínios na cidade com plenas condições de atender a demanda pelos saborosos produtos.




Então escolha o produto  que melhor identificaria Andrelândia e poderia servir como a “identidade gastronômica” da nossa cidade. 

Se você achar que o melhor seria juntar os três produtos, sem problemas. Seria muito interessante uma Festa do Pinhão, da Goiabada e do Queijo em Andrelândia. Verdadeiro “mexidão” gastronômico a demonstrar a pluralidade e a riqueza de nossos sabores mais tradicionais.
 


Participe. Divulgue. Opine. 




No dia 15/02/2020 anunciaremos o resultado final.

A Terra de André agradece. 

13 comentários:

  1. e da Manteiga... Nao se esqueçam que a segunda fabrica de manteiga no Brasil, foi construida em Andrelândia, em 1899... ==> "1899 - FÁBRICA DA BAHIA - A SEGUNDA FÁBRICA DE PRODUÇÃO INDUSTRIAL DE MANTEIGA DE MINAS GERAIS - BERÇO DOS LATICÍNIOS NO BRASIL Fábrica da Manteiga "Veado". Construída na Fazenda da Bahia, foi propriedade do Cel. José Bonifácio de Azevedo, João Zuquim de Figueiredo Neves e José Ribeiro Salgado, sócios da “Azevedo & Cia”. É considerada a 2ª fábrica de manteiga de Minas Gerais. A manteiga, de ótima qualidade, era vendida em latinhas de meio quilo. As embalagens eram fabricadas no próprio estabelecimento, sendo que o rótulo vinha estampado em lâminas metálicas. Nos primeiros anos de funcionamento a fábrica funcionava sob a responsabilidade de Guilherme Hilker, vindo especialmente da Alemanha para este fim. Mais tarde, quando o técnico alemão retornou à sua pátria, assumiu a direção o Sr. Américo Sacramento.
    (Informações retiradas do : www.terradeandre.blogspot.com.br)

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  2. Sou a favor de resgatar a tradição do pinhão. Tem mais história e dá mais ênfase a araucária.

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  3. Festa do pinhão na manteiga.
    Uma delícia e ainda tem propriedades antioxidantes, omega 6, controla a pressão arterial e é rico em vitaminas e minerais altamente nutritivo e não engorda.

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  4. Porque não, num Festival Gastronômico, os três, que bem representam a tradição da cidade?

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  5. Acho que deveria ser todos esses: pinhão, goiabada, queijo minas (que era.a.tradição) e também a manteiga que foi bem lembrada em comentário anterior.

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  6. Mas onde está os pratos feito do milho? Broas, angu baiano, polentas e curaus. Lembrando que a cultura do milho é tão enraizada em nossa cidade que na bandeira do município tem representado dois pés de milharal.

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