Desde os meus tempos de menino
ouvia meu avô materno falar, com grande admiração e orgulho, do Dr. Diniz Rangel, com quem ele havia
trabalhado nas obras da ferrovia de Andrelândia, quando da eletrificação da
Rede Mineira de Viação (RMV, também conhecida como Ruim Mas Vai), na década de
1930. Era tido por meu avô como verdadeiro ídolo, por ser excelente médico, especialista
em cirurgias complexas e Veterano de Guerra.
Dr. Diniz Rangel
Também guardo comigo, com
especial carinho, algumas receitas subscritas pelo nobre facultativo, que
cuidou de muita gente de minha família, inclusive de minha mãe, ainda quando
bebê.
Cabeçalho do Receituário do Dr. Diniz Rangel
O Dr. Diniz Martins Rangel Júnior, filho de
Diniz Martins Rangel e Maria Angélica Martins, natural de Santa Cristina do
Pinhal, no Rio Grande do Sul, onde nasceu em 25 de junho de 1887, chegou a
Andrelândia em 1930, por ocasião da Revolução. Era Capitão da Coluna
Contreiras, formada sobretudo por gaúchos residentes no RJ e MG, que apoiavam
Getúlio Vargas.
Durante os enfrentamentos de
1930, sabe-se de seu destemor e engajamento na causa revolucionária. Lutou nos
altos da Mantiqueira, na Serra do Pacau, combatendo as forças legalistas e
socorrendo seus companheiros de batalha.
Mas seu sentimento de patriotismo
já havia se manifestado anteriormente, pois em 1918 integrou a Missão
Médico-Militar do Brasil na França, durante a 1ª Grande Guerra Mundial,
ocupando o posto de 1º. Tenente. No continente europeu, mais especificamente em
Paris, cuidou de muitas vítimas da guerra no Hospital instalado na Rue Vaugirarde, onde
hauriu conhecimentos técnicos de relevo que teve oportunidade de exercitar anos
depois em Andrelândia.
Partida da Força Médico-Militar para a Europa durante a 1ª. Guerra Mundial.
Dr. Diniz Rangel estava entre os médicos enviados.
Um fato de relevo ficou registrado a tal respeito. Na década de 1930 o Sr. Alvim dos Santos, residente em Bom Jardim, na região do Pacau, sofreu uma queda de trem e partiu as duas pernas. Levado à Santa Casa de Misericórdia de Andrelândia, Dr. Diniz Rangel comandou a complicada cirurgia, inclusive convocando o Dr. José Andrade Godinho, dentista, para usar o aparelho de obturações para perfurar os ossos do enfermo, que foram emendados e parafusados. Depois de seis meses de repouso, o paciente voltou a andar normalmente.
Casa onde morou o Dr. Diniz Rangel
Em nossa cidade o Dr. Rangel era médico da Caixa de Assistência da Estrada
de Ferro, clinicava na Santa Casa de Misericórdia e também possuía consultório
em sua residência, situada na esquina da Rua Coronel José Bonifácio com a Rua
Emílio Cardoso, ao lado da Praça Visconde de Arantes. A casa foi posteriormente vendida para o Maestro Mário Martins e, em seguida, para Walter Meirelles.
Receituário da Caixa de Aposentadoria dos Ferroviários - um dos mais antigos planos de saúde de Andrelândia
Dr. Rangel, como era conhecido,
era pessoa de espírito elevado e se dedicava, de corpo e alma, à profissão, sem
se importar com a remuneração de seus serviços.
Na Santa Casa de Misericórdia há
um quadro com a fotografia dele, em agradecimento pela sua dedicação àquela
instituição filantrópica. Também em sua homenagem, uma das ruas do Bairro São
Dimas recebeu o seu nome.
O nosso personagem faleceu no Rio
de Janeiro em 02 de janeiro de 1950, no Hospital Central do Exército, e foi sepultado no Cemitério São Francisco
Xavier. Era casado com Dona Marieta Barati e pai de Diniz Rangel Neto.
Obrigado, Dr. Diniz Rangel, por
tudo o que fez pela Terra de André e sua gente !
Ao Ilustre Dr Rangel, que tanto lutou, como guerrilheiro, a princípio Contreras, seguindo avante até exterior combatente segunda guerra Mundial, cuidando dos feridos, lutando contra a vida e a morte. Foi um grande herói, vencendo todas as batalhas nesta vida. Em Andrelândia, na Santa casa de Misericórdia, foi incansável, noite e dia, com todo carinho cuidava de seus dentes. Meu pai, que faleceu há dois anos com 95 anos, sempre rezava para Dr Rangel, e dizia, olhe a palma da minha mão. Meu pai me levou de madrugada na SANTA Casa para Dr Rangel costurar. Havia a marca do corte ate morrer. QUEM cuidou da mao de meu pai, foi dr Rangel. A ele minha eterna gratidão. Que bom Deus, o tenha em seus braços, na glória eterna. Combateu o BOM Combate guardou a fé! Fez caridades amou sua profissão e seus pacientes e sua própria vida. GRATIDÃO pelos seus esforços grande homem! Até um dia, se Deus assim permitir!
ResponderExcluirComentário acima de Elizabeth Pereira Abrahão
ResponderExcluirElizabeth agradeço suas verdadeiras e maravilhosas palavras sobre meu avô Dr. Rangel. não era meu avô de sangue porém o era de coração pois casado com minha avó Marieta e padrasto de meu pai o qual ele acabou de criar e sempre serviu como exemplo de luta e solidariedade . Eu o amava e admirava demais e quando em Adrelândia batiamos longos papos sobre seus pacientes do dia .Agradeço por você preencher lacunas que tinha em minha memória sobre pessoa que para mim sempre foi exemplo de dedicação e amor integral ao que se propunha fazer enquanto aqui entre nós.Sou Regina Lucia Huggins Tumminelli ,filha de Manoel Tumminelli e de Mary Emilie Huggins Tumminelli,neta de Marieta Barati e neta de coração do võ Dr.Rangel
ExcluirDigo Contreiras, e primeira guerra Mundial.
ResponderExcluirbethpereiraabrahao@gmail.com